Canjerê

Equipe Casarão das Artes Negras

Como já se sabe, nesta seção, a gente relata para você as nossas participações e coberturas em eventos realizados pelo Casarão das Artes Negras, realizados por parceiros, em territórios que consagram agendas relacionadas à matriz africana.

A 20ª edição da nossa Revista foi lançada em junho, na mesma ocasião em que celebramos mais uma data da pós-independência de Moçambique. O local que escolhemos para esse lançamento foi o Viaduto das Artes, no Barreiro. Essa escolha se deu no contexto da Exposição “Moçambique – Brasil: Uma Ponte Contra-Colonial”, a partir de fotografias de Patrick Arley.  Parte da equipe esteve no local, juntamente com o moçambicano Cláudio Manjate, que vive no Brasil há alguns anos. As imagens selecionadas para a exposição foram produzidas pelo fotógrafo, durante pesquisa de campo no norte de Moçambique, no continente africano, e nos terreiros de reinado, umbanda e quimbanda, em Minas Gerais.

Em setembro, junto com a chegada da primavera, o Casarão das Artes realizou a segunda etapa do Projeto Canjerê 2023 – Mostra Conceição Evaristo. A agenda aconteceu na Sede do Casarão das Artes – Casa Canto, no bairro Boa Vista.  A protagonista da dramaturgia foi a atriz e produtora cultural, Carlandreia Ribeiro.

A performance, intitulada Conceição Evaristo – Memória e Poesia, contou a história da escritora mineira Conceição Evaristo, desde a sua infância na extinta favela do Pindura Saia em Belo Horizonte, sua ida para o Rio de Janeiro e sua trajetória como uma das maiores referências da literatura e da intelectualidade brasileira. 

Utilizando o conceito de Escrevivência cunhado pela autora, o espetáculo fez um passeio pela sua obra desde os primeiros poemas publicados nos Cadernos Negros, Becos da Memória, Olhos D’água e Ponciá Vicêncio. Canções das tradições bantu e yorubá e textos da atriz Carlandréia Ribeiro permeiam toda a cena fazendo uma costura entre textos e memórias ancestrais trazidas pela escritora. 

No final de setembro, estivemos no Rio de Janeiro para prestigiarmos a exposição Um Defeito de Cor, no Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR.  A curadoria promoveu uma revisão historiográfica da escravidão abordando lutas, contextos sociais e culturais do século XIX. Um Defeito de Cor, a exposição foi uma interpretação do livro de mesmo nome da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, que conta a saga de uma mulher africana, chamada Kehinde que, no Brasil, precisa lutar por sua liberdade e reconstruir sua vida.

No dia primeiro de outubro, o Casarão promoveu o Canjerê Brasil – Moçambique – Laços Ancestrais, a partir de um movimento de conexão entre a Associação Mineira de Estudos da Capoeira – AMEC, presidida pelo mestre Beto Onça e os capoeiristas moçambicanos professores, Lua, Escorpião e Preguiça, integrantes de um grupo de pesquisas sobre capoeira em Moçambique, denominado Capoeira Ginga de Maputo.  Para estabelecer esse entrelace, a AMEC realizou uma vivência, no Centro Cultural São Geraldo, com a participação de dezenas de alunos, professores, mestres e contramestres de capoeira de Belo Horizonte e região metropolitana, além de várias convidadas e convidados de outras áreas do conhecimento.

Ainda em outubro, parte da equipe da instituição esteve na cidade de Diamantina, a convite dos organizadores da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Marcial Ávila, sócio fundador do Casarão, participou do tradicional cortejo, encarnando o personagem João Fernandes, o contratador, que foi casado com a ex-escravizada, Chica da Silva. Rosália Diogo, chefe de redação da Canjerê, performou na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, apresentando o poema Vozes-mulheres, da escritora Conceição Evaristo.

O Casarão das Artes Negras, que é um Ponto de Cultura, desde 2021, fez uma apresentação artística no 1º Fórum dos Pontos de Cultura de Belo Horizonte, no dia 20 de outubro, quando foi apresentada a performance Canjerê no Ponto, uma mistura entre Samba e Capoeira.

Essa mesma apresentação cultural, que traduz parte da produção cultural do Casarão das Artes Negras foi apresentada também na 12ª edição do Festival de Artes Negra–FAN, que ocorreu entre os dias 23 a 29 de outubro.

Pessoal, estamos em movimento, em conexão com a arte e cultura negra. Venha com a gente! Axé!

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