África

O Casarão das Artes Negras reverencia e rende tributos ao músico e ativista político Fela Kuti, anualmente, desde 2013. Em nosso entendimento, pessoas combativas como ele não morrem.  Houve uma lacuna nessa celebração entre 2020 e 2023, no período da pandemia que contribuiu para que essa agenda fosse interrompida.  Não obstante, em 2024 voltamos a chamar o público para saudar Fela!
Para os berberes, conjunto de povos e etnias diversas do deserto do Saara, a conversão ao islamismo representou a possibilidade de resgatar a hegemonia política perdida.
Uma vez, participei num debate interessante organizado pela cooperação suíça em Berna. Pediam-me para reflectir sobre a pertinência do modelo asiático de desenvolvimento para a África. Se há uma pergunta que me aborrece, é mesmo esta. Na verdade, são de longa data as comparações entre a Ásia e a África da mesma forma que também são antigos os esforços de mostrar a natureza problemática dos critérios usados para o efeito.
Há um corpo de 2.000 línguas da África subsaariana estudadas por Bleck em 1862 e concluiu-se que em todas elas, a palavra que designa gente é muNTU (ser humano); baNTU é o plural (seres humanos). Sabemos que as pessoas que falavam as línguas protobanto há pelo menos 3.000 anos antes da era cristã, migraram e dispersaram para a costa do Oceano Índico, para a África Central (Kongo/Angola) e o para o sul do continente. Os bantus criavam gado, conheciam a metalurgia do ferro, utilizavam embarcações que cruzavam os grandes rios da floresta equatorial, eram pescadores e agricultores que fundiram a enxada (metal).
Numa lista feita pela BBC World Histories Magazine, em 2020, o africano Amílcar Cabral foi posicionado como o segundo maior líder da Humanidade, depois do considerado o maior líder de sempre Maharaja Ranjit Singh, fundador do Império Sikh, no século XIX, mais à frente de nomes como Winston Churchill, Catarina, a Grande ou o Faraó Amenhotep III.
Com a ocupação do norte da África pelos árabes por volta do século VII, os impérios foram formados baseados na expansão da cultura do mundo árabe: imposição de uma verdade religiosa – o Islã, e a economia através do modo de produção árabe, gerando uma política de dominação.
O “Coletivo Iabás” é formado por três mulheres negras, canhotas, narradoras de histórias, vindas de seus lugares. Chica Reis é atriz. Madu Costa é escritora. Magna Oliveira é comunicóloga. Há três anos se confluíram para produzir um evento de contação de histórias da ancestralidade negra em Belo Horizonte. Desde então, elas têm se dedicado as contações das histórias negras como Coletivo Iabás.
A República Democrática do Congo (ex- Zaire) é o segundo maior país e o mais rico da África. Ele está localizado no centro do continente e sua capital é Kinshasa. O Congo possui nove países na sua vizinhança: a República do Congo, Uganda, Ruanda, Burundi, República Centro-Africana, Sudão, Tanzânia, Angola e Zâmbia.
Nesta edição, a Seção África traz um depoimento da professora e proprietária da Village School, escola que fica na cidade de Divinópolis–MG, Júnia Menezes. Ela esteve recentemente na África do Sul e a convidamos para relatar um pouquinho da sua experiência pessoal naquele país. Júnia é professora de inglês dedicada em transformar o espaço em que vive por meio da educação, “Em minha atuação como educadora, mostro aos meus alunos a importância de saber fatos históricos reais, apresentar personagens importantes da nossa história a fim de criar neles o desejo de lutar por um futuro melhor, tal qual nossos ancestrais o fizeram” disse.