Capital dos Blacks

Por Roger Deff – Mc Belo-horizontino,  jornalista, integrante da banda julgamento. Atualmente apresenta e produz o programa Rimas e Recortes veiculado pela Rádio Inconfidência

Belo Horizonte é apontada por muitos como a capital do funk e do soul, e isso se deve a movimentos importantes que aconteceram na cidade nos últimos anos, a exemplo do Baile da Saudade e o Quarteirão do Soul. Este último surgiu em maio de 2004, sendo sempre realizado aos sábados, no centro de da Capital Mineira, mais especificamente na Rua Goitacazes, entre as ruas São Paulo e Padre Belchior.

O evento semanal tornou-se ponto de encontro dos antigos frequentadores de lugares clássicos como o Clube Elite e o Máscara Negra, espaços que, nos anos 70, eram dedicados à Black Music, quando jovens negros e negras se encontravam ao som de James Brown, Toni Tornado, Gerson King Combo, Jimmy “Bo” Horne, Tim Maia, Lady Zu, Toni Bizarro, entre outros.

Muito mais que reunir blacks veteranas e veteranos, o Quarteirão do Soul, batizado assim por figuras importantes da cena como o DJ Geraldinho, Ronaldo Black e DJ Abelha, atraiu curiosos de idades e classes sociais diferentes, turistas e até novos adeptos. Mas é inegável que o público majoritário é dos chamados blacks, moradores dos bairros pobres e exercendo as suas profissões.

Posteriormente, o Quarteirão passou a ser realizado na rua Tamoios e em 2018 celebrou 14 anos de resistência com uma festa na Praça Sete de Setembro. A praça em questão é palco de outro evento iniciado em 2008 que é o Movimento Soul BH, organizado pelo DJ Walter Soul e realizado aos domingos.  Não é por acaso que Belo Horizonte ganhou reconhecimento como um dos polos da cultura Black no país. Quarteirão do Soul ou Movimento Soul BH representam a resistência de uma cultura

Foto: Jacyara Lage

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