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Festival de Arte Negra de Belo Horizonte abre inscrições para expositores do Ojá – Mercado das Culturas

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), informa que estão abertas as inscrições para expositores que desejam participar da 11ª edição do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH no Ojá – Mercado das Culturas. A tradicional feira do evento reúne uma extensa variedade de produtos e serviços ligados à cultura negra.

O FAN BH será realizado em dezembro e, pela primeira vez, terá formato híbrido, reunindo atividades presenciais e virtuais que seguirão todos os protocolos de prevenção à covid-19. 

Podem se inscrever para o Ojá expositoras e expositores de Belo Horizonte e Região Metropolitana, individuais ou coletivos, com produtos de diversas áreas como acessórios, alimentos, artesanato, bio joias, cosméticos, decoração, estética, livros, moda e artes visuais.  No momento da inscrição, as pessoas interessadas deverão informar se a sua exposição de produtos ou serviços é preferencialmente on-line ou presencial.

Segundo a diretora de Política de Festivais da Fundação Municipal de Cultura Ana Freire, o Ojá integra o evento como um elemento essencial à sua identidade e sua proposta: “Sabemos que a Economia Criativa é também uma importante forma de expressão da cultura popular, da arte e cultura negra em geral. O Ojá é um espaço de grande relevância para empreendedoras e empreendedores que participam da feira e, sem dúvidas, uma das grandes atrações do FAN BH para o público do festival”, afirma.

As inscrições, que ficam abertas até o dia 15 de novembro, devem ser realizadas exclusivamente a partir do formulário disponível no endereço pbh.gov.br/fanbh.

Sobre o Ojá – Mercado das Culturas

Com origem na palavra Iorubá que significa “Mercado”, o Ojá é reconhecido como um espaço de movimentação da Economia Criativa no Festival de Arte Negra de Belo Horizonte, promovendo a circulação de recursos, a realização de encontros, a troca de ideias e afetos. Também tem como objetivo destacar o trabalho de empreendedoras e empreendedores de BH e Região Metropolitana, criando uma rede de novos negócios e oportunidades. Além da exposição de bens e mercadorias, o Ojá também já recebeu, ao longo das edições do FAN BH, outras atividades como desfiles de moda, lançamentos e rodas de conversa.

Sobre a 11ª edição do FAN BH

Neste ano, o FAN BH traz o tema “Muvuca de Pretuntu” e parte das conexões culturais entre Brasil e África, mais especificamente das influências da cultura bantu na formação da identidade brasileira e suas relações com Minas Gerais. Esta edição destaca o desejo de aproximação – através dos encontros, reflexões, trocas de experiências, de afetos -, a partir de processos criativos colaborativos que se darão durante o festival. A  curadoria do festival, em 2021, é composta pelo artista plástico Froiid, pela atriz, cantora e compositora Júlia Tizumba e pelo cantor e compositor Sérgio Pererê.

Sobre o FAN BH

O Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH é parte integrante da política pública de cultura do município e é um dos maiores eventos dedicados à arte e à cultura negra na América Latina. Sua primeira edição, em 1995, integrou as celebrações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, herói nacional e símbolo da resistência cultural da população negra do Brasil. Na época, o evento movimentou a cidade, que assistiu a ocupação de suas ruas, praças e teatros por artistas oriundos de diversos pontos da África e das diásporas negras.

A partir da segunda edição, em 2003, o FAN BH ganhou caráter permanente, com periodicidade bienal. Da mesma forma, reforçou a sua contribuição enquanto difusor da arte negra no Brasil e a sua fundamental importância para compreensão da origem e a inserção das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas. Ao longo de sua trajetória, o Festival tem se consolidado como um importante fórum de encontros entre artistas locais, nacionais e internacionais para compartilhar ideias, procedimentos, perspectivas e técnicas sobre a Arte Negra.

A edição mais recente do FAN BH aconteceu em novembro de 2019 e teve como eixo de reflexão “Território Memória”, articulado às práticas culturais e artísticas negras. A programação da 10ª edição levou 510 artistas a diversos palcos da cidade, sendo 330 de Minas Gerais e 180 de outros 10 estados e países como Alemanha, Gana e Senegal. Foram realizadas 150 atividades, alcançando um público de mais de 25 mil pessoas.

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Rosalia Diogo

Jornalista, professora, curadora do Casarão das Artes Negras, chefe de redação da Revista Canjerê, Dra em Literatura, Pós-doutora em Antropologia.

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