Por Roger Deff
Editor da revista Canjerê, rapper, jornalista e mestre em Artes pela UEMG
A Pelos é uma das mais emblemáticas, longevas e importantes bandas de rock de Belo Horizonte. A história teve início em 1999, quando a banda, originalmente batizada de “Pelos de Cachorro”, surgia no Aglomerado da Serra, periferia de Belo Horizonte.
Com identidade marcante, o trabalho da Pelos é definido pela ousadia das composições ao mesmo tempo em que encontra lugar na simplicidade do estilo. Há uma certa elegância em suas músicas, resultante das letras poéticas e o vocal marcante de Robert Frank, em consonância com a atitude urbana que a sonoridade traz. É rock, no fim das contas, mas, como poucos artistas conseguem, a banda imprime uma forma muito particular de fazê-lo, afinal como Heberte Almeida, integrante e um dos letristas da banda define “é rock feito por pessoas pretas”, e essa fala diz muito sobre a proposta sonora e lírica da banda.
Com mais de vinte anos de estrada, a Pelos traz no currículo os EPs “Olho do Mundo” (2012), DVD “Pelos – Um Filme Ensaio” (2010), além do “Memorial dos Abismos” (2008) e o álbum “Paraíso Perdido nos Bolsos” (2016). O novo álbum intitulado “Atlântico Corpo” tem previsão de lançamento para 2022 e possui como tema central a presença dos povos vindos da África no Brasil e sobre como toda essa influência moldou a cultura e a forma como nos vemos enquanto povo. O novo trabalho tem produção assinada pelo músico Leonardo Marques, conhecido por sua carreira solo e por sua trajetória nas bandas Deezel e Transmissor.
O novo trabalho dialoga de maneira marcante com outras sonoridades da música negra como o soul e o afrobeat, trazendo temáticas que passam por questões raciais, o homem negro e as relações humanas. A Pelos é formada por Robert Frank (voz, piano e guitarra), Kim Gomes (guitarra), Heberte Almeida (guitarra, piano e voz), Thiago Pereia (baixo) e Pablo Campos (bateria).
Foto: Acervo da Banda
Canais: http://www.pelos.art.br/