Rainha Léa Garcia

Por Adilson Marcelino é negro, jornalista, pesquisador de cinema e criador do site Mulheres do Cinema Brasileiro

Precisamos reverenciar aquelas e aqueles que abriram caminho, que militaram pela questão negra, que implementaram e fortaleceram as políticas públicas, que modificaram a cena cultural brasileira e que construíram todo um arcabouço de autoestima da negritude. Recentemente, no dia 15 de agosto, faleceu a atriz Léa Garcia, em seus exuberantes 90 anos.  Léa precisa e deve ser sempre festejada, pois é uma artista incontornável da cena cultural brasileira e farol para gerações.

Nascida no dia 11 de março de 1933 no Rio de Janeiro, começou a sua premiada carreira artística no início da década de 1950, na segunda fase do TEN – Teatro Experimental do Negro, levada pelo fundador Abdias do Nascimento, com quem foi casada, e iniciou amizade e parceira com Ruth de Souza, outra grande atriz-farol. Seu primeiro filme foi Orfeu (1959), adaptação do original “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, dirigido pela francês Marcel Camus e vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e pelo qual indicada ao prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.

Léa Garcia fez inúmeras novelas e seu cartão de visita, como ela mesmo dizia, é Rosa, a vilã de “Escrava Isaura” (1976), de Gilberto Braga.

No cinema são muitos filmes de destaque, como Ganga Zumba (1964), de Carlos Diegues; Compasso de espera (1965), de Antunes Filho; A deusa negra (1978), de Olá Balogun; O maior amor do mundo (2006), de Carlos Diegues; Filhas do vento (2004), de Joel Zito Araújo; e Um dia com Jerusa (2021), de Viviane Ferreira. A novela e vários de seus filmes estão disponíveis no streaming.

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