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Um protagonismo de africanidades

Por Rafaela Pereira – graduada em Língua Portuguesa pela UFMG e pesquisadora de Literatura Infanto Juvenil e Representações Afro-brasileiras.

Eis que apareceu naquela escola um professor usando trança nagô, barrete com as cores do reggae, um estilo ressaltando muito bem a sua negritude. Para os alunos, não deixava de ser novidade um professor com aquele perfil, pois até o momento não havia aparecido um como ele.

Não demorou muito para conquistar a simpatia dos alunos que, por meio dele, começaram a ter acesso ao que tangia à cultura afro-brasileira.

Logo, percebeu-se que aquele professor não transitava somente no território educacional. Foi quando começamos a ver seu rosto estampado em propagandas comerciais, educacionais, políticas e em cartazes de peças de teatro.

Realmente, o espaço escolar não estava dando conta de abraçar as ações de Denilson Tourinho. Ator, mestre em Africanidades pela Universidade de Brasília, dançarino, produtor cultural e professor, Denilson exerceu (e exerce) importantes papéis nas artes cênicas, integrando, concomitantemente, diversos projetos pelos quais recebeu vários prêmios, entre eles, o “Troféu Mês da Consciência Negra”.

Atualmente vem se destacando devido à sua belíssima atuação na peça Madame Satã,dirigido por João das Neves, em que interpreta com louvor o personagem João Francisco dos Santos, transformista e figura emblemática do cenário carioca no início do século XX.

Além de integrar essa obra, Denilson faz parte do elenco de Galanga, Chico Rei Kàdáràdestaca-se também como um importante nome nas artes cênicas e colaborador, com excelência, do protagonismo cultural afromineiro.

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Editorial Revista Canjerê

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Marcial Ávila, é graduado em Artes Plásticas e especialista em Escultura, pela Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG / Escola Guignard. Pós-graduado em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros pela PUC Minas.